quarta-feira, 20 de outubro de 2010

mocotó

há tempos o Neto falava do Restaurante Mocotó, desde o dia em que ouviu uma entrevista do Rodrigo (chef) na rádio CBN. mas por causa da lonjura [e também por eu não acreditar muito em cozinha nordestina fora do nordeste], terminamos adiando várias vezes a nossa ida.

como nesse domingo não tínhamos compromisso algum [decidimos não fazer absolutamente nada de trabalho e não combinamos nada com ninguém] e acordamos muito tarde para a maioria dos restaurantes [saímos de casa para almoçar depois das 15h], resolvemos nos aventurar. o Neto conferiu no site e a cozinha do Mocotó fica aberta até as 17h nos domingos, até lá dava tempo de sobra de chegar no restaurante =]

nosso GPS fez um caminho meio burro para a marginal e terminamos pegando um pouco de trânsito. além disso, nos perdemos duas vezes perto da estação Tucuruvi, mas muitas casinhas e algumas brenhas depois, chegamos no restaurante!

minha primeira sensação foi a de ter levado um grande choque. o restô não tem nada de glamour ou mesmo de bonitinho, é bem estilo botecão. milhares de pessoas se apertavam na calçada e a fila de espera para duas pessoas às 16h era de uma hora e meia. UMA HORA E MEIA! até lá a cozinha já teria fechado, mas a atendente me informou que, caso eu quisesse esperar, eles tirariam o meu pedido assim que a mesa ficasse disponível [ou seja, de fome eu não morreria]. depois de rodar 15km para chegar até lá, foi o jeito esperar.

o único lugar com um pouco de espaço para a gente se acomodar era o corredor. eu já estava me preparando para ficar de mega mau-humor, com aquele frenesi de garçom passando atrás de mim, um buraco no estômago, a espera infindável... foi quando o Flávio [que nem eu e nem o Neto conhecemos] nos convidou para ficar no balcão junto com ele. Mesmo sem nos conhecer ele já começou a dar dicas de petiscos e bebidas, ensinou como a gente fazia para fazer pedidos e marcar na comanda e começou a contar mil histórias. nada melhor para curar mau-humor do que uma pessoa simpática por perto, em segundos eu estava curada =D

o Neto pediu uma cerveja [que não estava gelada, à moda paulistana] e eu montei uma caipirinha pra mim. Não resisti à mesa que eles possuem no balcão com vários tipos diferentes de fruta para você escolher e montar o drink na hora. Inventei uma mistura de caju com morango e ficou perfeita, fica a dica [caipirinha ou oska por R$11,90].
para beliscar o Neto pegou um mini-escondidinho de carne de bode [não está no cardápio, mas os garçons circulam oferecendo]. ele nem gosta de carne de bode, mas amou o escondidinho. o Flávio explicou que no Mocotó eles cozinham a carne de bode várias vezes, para ficar com o sabor mais suave. ponto pra eles!

escondidinho de carne de bode ao lado da capirinha de morango e caju

amigos que fizemos no balcão: Tonhão e Flávio


depois vagou um espacinho do outro lado do balcão e eu e o Neto fomos para lá. em dois minutos já fizemos novos amigos [eu estava mesmo me sentindo no nordeste, em meio a tanta camaradagem instantânea, mas nossos novos amigos eram todos paulistanos, acho que a atmosfera do lugar termina proporcionando toda essa interação], um casal vinte que estava tomando a cervejinha do domingo antes de voltar para casa. conhecemos o Leandro, o mestre/sommelier em cachaça do restaurante. ele nos recomendou uma pinga com "aroma frutado" e que deixa um sabor de chocolate na boca ao final. tu crê? mas é verdade! me arrependi de não ter anotado o nome da cachaça.

do cardápio, pedimos os dadinhos de tapioca com queijo qualho [R$12,90]. um petisco super criativo feito com ingredientes tipicamente nordestinos. nunca tinha visto esses dadinhos antes! eles envolvem o queijo com tapioca e assam. vem acompanhado de um molho agri-doce delicioso. antes da nossa mesa sair, ainda deu tempo de conhecer o Seu Zé, dono do restaurante. Retirante nordestino, quando chegou em São Paulo ele montou uma casa de coisas do Norte [depois de rodar por alguns empregos sem futuro], começou a servir pratos típicos [mas beeeem tradicionais] e fazer sucesso. o filho dele, Rodrigo, aproveitou uma viagem do pai para fazer algumas mudanças e a coisa deu certa, com um cardápio super criativo ele hoje é o chef do restaurante. se você quiser pode ler a história toda aqui ó.

a foto ficou péssima, mas lembrem que eu falei que é uma delícia

Seu José contando a história do restaurante para o Neto

pedi uma capirinha de jabuticaba com caju para experimentar [deliciosa, mas recomendo mais fortemente a primeira] e nossa mesa finalmente saiu [ufa!]

pedimos um baião-de-dois pequeno [R$8,90] e uma carne-seca desfiada com cebola roxa [R$21,90]. diferente de como é feito no Piauí [só arroz com feijão], aqui eles incrementam o baião-de-dois com queijo qualho, linguiça, bacon e carne seca. ah, e um purê de madioca e mandioca cozida acompanham a carne-seca.
fiquei em êxtase quando o prato chegou na mesa. e saiu super rápido! o ambiente é simples, o restô fica longe, mas a descontração das pessoas e a comida fazem a viagem valer à pena. como já tínhamos comido muito aperitivo, terminamos embalando o que sobrou para viagem.

caipirinha de jaboticaba com caju

uma delícia a pimenta que vem na carne-seca [é azedinha e quase não arde, acho que chama biquinho]

baião-de-dois delicioso!

e para finalizar o grande momento [minha parte preferida de qualquer refeição], a sobremesa! todas as opções seguem a mesma linha dos pratos: receitas preparadas com ingredientes tipicamente nordestinos mas com um toque diferente.
eu fui de pudim de tapioca [R$7,90] e o Neto escolheu sorvete de rapadura [R$7,90]. uma delícia todos os dois. o sorvete é bem doce e tem pedacinhos de rapadura nele. já o pudim não é tão doce, e vem com uma calda de açúcar queimado que é uma mistura de doce com amargo.

o sorvete vem com uma calda de catuaba para você colocar na hora


pudim de tapioca, receita super original!

detalhe da decoração

para encerrar, um espresso e a conta =]

encerramos o almoço preparando a lista dos amigos que queremos levar lá. uma pena só o restô ficar tão longe e a espera ser sempre apinhada de gente. reserve um dia, pegue o GPS ou o mapa e se aventure!

Restaurante Mocotó
Avenida Nossa Senhora do Loreto, 1.100

2 comentários:

  1. Espero fazer parte desta lista de pessoas que vcs vao levar lá :) Ontem foi dia do Piauí!! Perdemos o feriado :(...ahh, a pimenta da foto é mesmo a biquinho!!
    Adoro vocês! Receberam o e mail da cervejaria aqui em Curitiba? Aguardo ansiosa a próxima visita!

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  2. Claro Ari! Vc está convidadíssima! Curitiba à vista!
    Bjão pra vc e pra Molly. Obrigado pela visita =)

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